terça-feira, 31 de agosto de 2010

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil.
Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

Não faças do amanhã

...o sinônimo de nunca,
nem que o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhe para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te." 


Charles Chaplin

Quando me amei de verdade

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima. 
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber viver.
Não devemos ter medo dos confrontos...Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.

(Charles Chaplin)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Bob Marley

Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico...

Queria ser um baseado para nascer em seus dedos, morrer em seus lábios e fazer sua cabeça. (Bob Marley)

A Vida Segundo Charles Chaplin

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?

(Charles Chaplin)

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

(Mário Quintana)

Eu Postiço

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada,
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

(Fernando Pessoa)

O Cego

Havia um cego sentado na calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira, escrito com giz branco:
"Por favor, ajude-me, sou cego."
Um publicitário, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e o giz, escreveu outro anúncio e foi embora.
Mais tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego. Agora, o seu boné estava cheio de moedas. O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, querendo saber o que havia escrito ali. O publicitário disse:
- Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras.
Sorriu seguindo seu caminho. O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:
"Hoje é Primavera em Paris e eu não posso vê-la."


(Shakespeare)

Noite Fria

Já faz algum tempo que não te vejo
Supostamente eu deveria estar bem
Eu passei todos esses dias esperando passar
Passar, você passar por mim.

Mas parece que não tenho controle,
E por tentar esquecer-te
Eu vou me lembrar
E na noite fria, sem você
Eu vou me lembrar.

(Davi Linz, 27/05/2010)

Meu grande amigo, Werther

"Trato o meu coraçãozinho como uma criança doente, permitindo-lhe todas as vontades."

"A espécie humana é absolutamente uniforme. A maior parte trabalha quase todo o tempo para viver, e o pouco que lhes resta de liberdade amedronta-as de tal modo que procuram todos os meios para se livrarem dela."

"Ser humano é ser humano, e o pouco de discernimento que um possa ter a mais que o outro influi pouco ou nada quando a paixão irrompe e ultrapassa os limites humanos."

"O céu e a terra e as suas forças criadoras me rodeiam: não passam de um monstro eternamente devorador e ruminante."

"Vou vê-la, exclamo de manhã quando acordo e contemplo com alegria a beleza do Sol. Vou vê-la! E durante o dia, não tenho nenhum outro desejo. Tudo, tudo se entrelaça nesta esperança." *

"Ou você tem esperanças em relação a Lotte, ou não tem, você disse. Bem, no primeiro caso, procure levá-las até o fim, ir ao encontro da realização de seus desejos; no segundo, tenha ânimo e livre-se de qualquer sentimento funesto que vá acabar consumindo todas as suas forças."

"E você pode exigir de um infeliz, cuja vida extingue pouco a pouco, submetida a uma incurável doença, que ele de repente dê um fim aos seus tormentos com uma punhalada? E o mal que lhe consome as forças, não lhe rouba também a coragem para se libertar dele?"

"Observe o ser humano, com todas as suas limitações, como atuam nele certas impressões, como se agarra às ideias, até que por fim uma paixão crescente priva-o de todo o juízo e arruína-o."

"A tranquilidade da alma é uma coisa magnífica, é a alegria em si mesma. Meu caro amigo, se essa jóia não fosse assim tão frágil quanto é bela e preciosa!"

"Ele também aprecia mais o meu raciocínio e o meu talento do que este coração, sem dúvida o meu único orgulho, a fonte de tudo, de toda energia, de toda ventura e de toda desgraça. Ah, o que sei, qualquer um pode saber... Mas o meu coração é só meu."

"Tenho tanta coisa, e o meu sentimento por ela deriva tudo; tenho tanta coisa e sem ela tudo se reduz a nada." *

"...E agora este coração está morto, dele não brota mais nenhum encanto, os meus olhos estão secos, e os meus sentidos inquietos, sem a compensação das lágrimas renovadoras, enrugam a minha testa. Sofro muito, pois perdi aquilo que era o único deleite de minha vida, a força sagrada e vivificante com a qual criava mundos ao meu redor; ela se foi!..."


"Ela não vê, não sente que está preparando um veneno que vai aniquilar a ambos; e vou saborear com volúpia a taça em que ela me oferecer a ruína." *

"Não sei bem por que me levanto, nem por que vou dormir. Falta a mola que impulsiona minha vida; desapareceu o estímulo, que me mantinha acordado até altas horas da noite e que pela manhã me despertava." *

(Os Sofrimentos do Jovem Werther
Goethe)

Mudam-se os tempos

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

(Luís Vaz de Camões)

Mente-me

A mentira que me dói a alma
Consome-me o peito
Porque tu mentes quando me ama
E quando calas
No inconsciente demente.

Mentes para mim mais uma vez
Que eu prometo nem sequer perceber
Mente e escarra em minha cara
O meu defeito de te querer.

Mas não hoje
Não mais que hoje
Eu não aceitarei meias verdades.

Porque agora eu vou mentir para mim mesmo
Vou dizer que não gosto de você
Já me acostumei a viver mentiras
Mas quero enterrar essa como uma verdade
Junto com você.
Cansei.

(Davi Linz, 20/03/2010)

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de Moraes)

Soneto de Carnaval

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

(Vinícius de Moraes)

Soneto de Meditação IV

Apavorado acordo, em treva. O luar
É como o espectro do meu sonho em mim
E sem destino, e louco, sou o mar
Patético, sonâmbulo e sem fim.

Desço na noite, envolto em sono; e os braços
Como ímãs, atraio o firmamento
Enquanto os bruxos, velhos e devassos
Assoviam de mim na voz do vento.

Sou o mar! sou o mar! meu corpo informe
Sem dimensão e sem razão me leva
Para o silêncio onde o Silêncio dorme

Enorme. E como o mar dentro da treva
Num constante arremesso largo e aflito
Eu me espedaço em vão contra o infinito.

(Vinícius de Moraes)

Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinícius de Moraes)

Soneto Do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes)

Não à Homofobia

"Época triste a nossa, mais fácil quebrar um átomo do que o preconceito."
(Albert Einstein)




"Homofobia é um termo moderno utilizado universalmente para descrever um mal social que afeta muito todas as pessoas de Minoria Sexual, inclusive as lésbicas. Literalmente, o termo significa medo de homossexuais. Este medo freqüentemente se traduz em agressividade verbal ou até mesmo física em alguns casos. Portanto, a homofobia, assim como o racismo, são comportamentos anti-sociais indesejáveis no que toca o bem geral de uma nação.
De acordo com estudos conduzidos por mais de dez anos pelo antropólogo prof. Luiz Mott, fundador de uma das mais antigas organizações em defesa dos direitos das pessoas homossexuais, o Grupo Gay da Bahia, a cada dois ou três dias uma pessoa gay é brutalmente assassinada no Brasil.
Levando-se em conta estes fatos trágicos, vale esclarecer que a homossexualidade não é proibida no Brasil desde a primeira parte dos anos 1800s quando a Santa Inquisição católica foi oficialmente eliminada do Brasil. A discriminação de lésbicas e outras pessoas de Minoria Sexual é absolutamente proibida de acordo com a lei. A própria Carta Magna do Brasil, a Constituição Federal do Brasil, reza explicitamente que todos deverão ser tratados com isonomia perante a lei sem que se faça acepção de pessoas por qualquer motivo ou razão.
Se é verdade que as regras de fé de muitas religiões proibem expressamente o amor entre pessoas do mesmo sexo, essas leis religiosas se restringem somente dentro das respectivas comunidades religiosas. Em outras palavras, a liberdade religiosa exige que todas as religiões atuem dentro dos padrões básicos dos Direitos Humanos adotados pelo Estado Brasileiro."

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