"Trato o meu coraçãozinho como uma criança doente, permitindo-lhe todas as vontades."
"A espécie humana é absolutamente uniforme. A maior parte trabalha quase todo o tempo para viver, e o pouco que lhes resta de liberdade amedronta-as de tal modo que procuram todos os meios para se livrarem dela."
"Ser humano é ser humano, e o pouco de discernimento que um possa ter a mais que o outro influi pouco ou nada quando a paixão irrompe e ultrapassa os limites humanos."
"O céu e a terra e as suas forças criadoras me rodeiam: não passam de um monstro eternamente devorador e ruminante."
"Vou vê-la, exclamo de manhã quando acordo e contemplo com alegria a beleza do Sol. Vou vê-la! E durante o dia, não tenho nenhum outro desejo. Tudo, tudo se entrelaça nesta esperança." *
"Ou você tem esperanças em relação a Lotte, ou não tem, você disse. Bem, no primeiro caso, procure levá-las até o fim, ir ao encontro da realização de seus desejos; no segundo, tenha ânimo e livre-se de qualquer sentimento funesto que vá acabar consumindo todas as suas forças."
"E você pode exigir de um infeliz, cuja vida extingue pouco a pouco, submetida a uma incurável doença, que ele de repente dê um fim aos seus tormentos com uma punhalada? E o mal que lhe consome as forças, não lhe rouba também a coragem para se libertar dele?"
"Observe o ser humano, com todas as suas limitações, como atuam nele certas impressões, como se agarra às ideias, até que por fim uma paixão crescente priva-o de todo o juízo e arruína-o."
"A tranquilidade da alma é uma coisa magnífica, é a alegria em si mesma. Meu caro amigo, se essa jóia não fosse assim tão frágil quanto é bela e preciosa!"
"Ele também aprecia mais o meu raciocínio e o meu talento do que este coração, sem dúvida o meu único orgulho, a fonte de tudo, de toda energia, de toda ventura e de toda desgraça. Ah, o que sei, qualquer um pode saber... Mas o meu coração é só meu."
"Tenho tanta coisa, e o meu sentimento por ela deriva tudo; tenho tanta coisa e sem ela tudo se reduz a nada." *
"...E agora este coração está morto, dele não brota mais nenhum encanto, os meus olhos estão secos, e os meus sentidos inquietos, sem a compensação das lágrimas renovadoras, enrugam a minha testa. Sofro muito, pois perdi aquilo que era o único deleite de minha vida, a força sagrada e vivificante com a qual criava mundos ao meu redor; ela se foi!..."
"Ela não vê, não sente que está preparando um veneno que vai aniquilar a ambos; e vou saborear com volúpia a taça em que ela me oferecer a ruína." *
"Não sei bem por que me levanto, nem por que vou dormir. Falta a mola que impulsiona minha vida; desapareceu o estímulo, que me mantinha acordado até altas horas da noite e que pela manhã me despertava." *
(Os Sofrimentos do Jovem Werther
Goethe)
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